Por Patricia Grigoletto
A peça “Aquele que diz sim,
Aquele que diz não” de Brecht, é uma união de duas histórias com dois
finais diferentes.
Este texto foi proposto por mim para a turma 2021.2 do curso Técnico em
Teatro da Escola das Artes São Lucas, escola na qual trabalho.
Para esta empreitada, partimos de leitura e análise da peça. Em seguida
a compreensão das personagens e ai a experimentação cênica para a construção do
espetáculo.
Quero partilhar aqui uma breve análise deste texto que foi enriquecedor
para todos os envolvidos no processo.
O texto de Brecht, “Aquele Que Diz Sim, Aquele Que
Diz Não” conta a história de uma cidade que foi assolada por uma epidemia muito
perigosa (Qualquer semelhança com a pandemia da covid-19 não é mera
coincidência, pois queria falar sobre isso com a turma também).
A personagem denominada por menino está com sua mãe
muito doente e depois de receber a visita do professor, decide acompanhar um
grupo numa expedição às montanhas em busca de remédios e instruções que podem
curar a doença da sua mãe. Porém no percurso da viagem o menino acaba
adoecendo, e neste momento somos levados a nos questionar sobre a decisão a ser
tomada.
Na parte do texto que corresponde “Aquele que diz
sim”, o grupo julga a doença do menino a partir do “costume” que diz que o quem
não consegue continuar a viagem deve ser deixado para trás, para não atrapalhar
o objetivo da missão. E assim o menino é jogado no penhasco seguindo o antigo
costume e depois dessa ação a peça se conecta ao começo de tudo e somos
convidados a experiênciar outro final.
Na versão de “Aquele Que Diz Não”, no exato momento
em que o menino é indagado sobre estar de acordo com o antigo costume,
diferentemente da primeira parte, ele agora diz não. Ele não esta de acordo em
morrer e exige que retornem para a cidade e o levem de volta para a sua mãe.
Argumentos são colocados neste momento da peça que
leva o espectador a refletir sobre tudo o que viu, desde a primeira parte
quando nada muda e o menino é brutalmente assassinado por seus companheiros em
nome de um antigo costume e agora neste momento no qual o menino exige que um
novo costume se crie, o de analisar caso por caso, e tomar a decisão a partir
do que se pode julgar naquele momento, por aquelas pessoas que estão envolvidas
na situação, pois precisamos rever nossas práticas diariamente e não nos
deixarmos acreditar que existe uma verdade absoluta na qual estamos fadados a
nos submeter.
Você é minha preferida ... Minha mestra .. tenho muita honra de ter você
ResponderEliminarGrata.
EliminarMeu coração fica muito feliz por ler seu comentário.
Amei
ResponderEliminarQue bom. Leia as demais postagens e depois me diga o que acha do conteúdo.
EliminarParabéns pelo texto. Vou compartilhar.
ResponderEliminarGrata. Faça isso.
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